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Mãe Hilda Jitolu - A mãe preta do Ilê Aiyê


Arte em metal. Autoria do artista visual Denissena
Homenagem a Mãe Hilda Jitolu 

Hilda Dias dos Santos nasceu no dia 06 de janeiro de 1923, na cidade de Salvador. Casou-se com o alfaiate e fiscal da Prefeitura, Valdemar Benvindo dos Santos, no dia 06 de setembro de 1950, tendo 5 filhos. O primeiro deles, Antônio Carlos dos Santos Vovô, Presidente fundador do Bloco  Ilê Aiyê – o primeiro Bloco Afro do Brasil – é também Ogãn de Obaluaê da Casa: o Ilê Axé Jitolu. A segunda filha Hildete Santos Lima – fundadora e Diretora do Ilê Aiyê – é também Ekédi de Oxum da Casa. O terceiro filho Vivaldo Benvindo dos Santos – fundador e Diretor do Ilê Aiyê – é também Ogãn da Casa, confirmado, e filho de Logum Edé. A quarta filha foi Hildemária Georgina dos Santos, filha de Oxossi “In Memorian” e a quinta é Hildelice Benta dos Santos – Diretora da Escola Mãe Hilda -, filha de Oxalá e recebeu o cargo de mãe de santo do Terreiro Ilê Axé Jitolu após o falecimento de Mãe Hilda.
O Pai de Santo da Iyalorixá Hilda Jitolu era da nação Gegê Mahin, chamava-se Cassiano Manoel Lima, sua Digina era do Gegê Mahin, cujo terreiro era localizado na Caixa Dágua. A Iyalorixá Constância da Rocha Pires, Mãe Tança, filha de Nanã, cuja Digina era Ajauci, continuou os trabalhos das obrigações de Hilda Jitolu.  O nome Jitolu foi dado a Mãe Hilda no dia 24 de dezembro de 1942.
O Terreiro Ilê Axé Jitolu foi fundado no dia 06 de janeiro de 1952. A primeira Festa do Ano é de Oxalá, realizada sempre no mês de janeiro. Em seguida vem a festa para Obaluaê, realizada no dia 16 de agosto. Depois, no mês de setembro, acontece a Festa do Caboclo Tupyassu
A ação social da Iyalorixá Mãe Hilda Jitolu se desenvolve em vários domínios de produção político-cultural. Foi, e é decisiva, a sua contribuição para a linha filosófica de trabalho do Ilê Aiyê. Nacionalmente, Mãe Hilda, criou uma Escola de Alfabetização, em 1988, que leva seu nome, abrindo as portas do Terreiro para que os filhos das filhas de Santo e os da comunidade, pudessem estudar e assim, terem um rumo na vida, ela também incentivou a criação do Memorial Zumbi dos Palmares, em Alagoas. E, a partir de 1995, o Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê começa a atuar além das instâncias educativas do Bloco – nas escolas públicas do bairro da Liberdade – sempre a partir dos ensinamentos de Mãe Hilda: preservar e expandir os valores da cultura africana no Brasil.
No carnaval de 2004, o Bloco Ilê Aiyê a homenageou com o tema ‘Mãe Hilda: guardiã da fé e da tradição africana’, em comemoração aos 30 anos do Ilê. Era Mãe Hilda quem comandava a cerimônia religiosa que antecede o desfile do Ilê Aiyê no sábado de carnaval. Da sacada de sua casa, ela presidia um rito para abrir os caminhos e reverenciar os orixás. A cerimônia terminava com a soltura de pombos brancos por todos os diretores do Ilê e pela rainha eleita pelo bloco como a beleza do ano, a Deusa de Ébano.
No dia 19 de setembro de 2009, Mãe Hilda faleceu aos 86 anos, por problemas cardíacos. A líder espiritual foi sepultada em ritual próprio do candomblé no Cemitério Jardim da Saudade. Filhos-de-santo ligados ao terreiro Ilê Axé Jitolu permaneceram em vigília durante a noite, velando o seu corpo e, no dia seguinte, se reuniram em torno do caixão para entoar os cânticos e dar início ao cortejo fúnebre. Mãe Hilda foi sepultada na presença de inúmeras pessoas, todas vestidas de branco.
Fonte: http://www.ileaiyeoficial.com/mae-hilda-jitolu/


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