Pages

Casa preta

A Casa Preta, um espaço novo na cidade, que breve estará tocando para virar um centro cultural no ano que vem,2010.
Abertura no dia 19/11, com música, dança, teatro,graffiti por Denissena, vídeo, performance e o que mais couber, tudo feito por amigos e parceiros.

Largo 2 de Julho, centro de Salvador.

Garage band


Novo conceito de garagem band,idealizado pela arquiteta e decoradora Marcia Meccia,que convidou o artista visual e baiano Denissena, para graffitar o inusitado ambiente,localizado em um dos prêdios da Construtora Leão, no Alhaville, Paralela.
Garage band se resume no novo espaço, que estimula música,arte e entretenimento dentro de uma garagem para o público diversificado,desde adolescentes e adultos.
Para o operário cultural Denissena,que auto denomina, reconhece a importância do profissionalismo artístico e acredita na plasticidade contemporânea,como forma de expressão e tem como conceito,que a arte do graffiti é muito mais do que moda, é manifesto e todos devem ter acesso a arte graffiti urbana.
" Salvador ainda é uma cidade que tem muito a crescer e reconhecer a importância da arte, pois luto e acredito. Hoje, o graffiti por exemplo, é uma principais linguagens da contemporaneidade e deve está em tudo que é canto". Ressalta o artista,que há 13 anos tem a arte como filosofia de vida.

Forma e tons na arte graffiti


Tons de verdes sobre a cor pigmentada verde no fundo da parede.Assim nasceu essa obra, aplicada com a técnica do spray a mão livre e o subconsciente trancendeu na criação.
A efêmeridade é um conceito importante no graffiti,que nasce nas ruas e hoje,conquistou diversos suportes e inclusive,galerias por todas as partes do mundo. As tendências e referências tem um grande valor para quem produz artísticamente e na maioria das vezes,seguido de conceitos. O mais interessante pra mim,enquanto artista, é o sentimento exposto na parede ,que no cotidiano,enquanto estiver lá,estará dialogando com as pessoas que transitam na casa do educando Tiko,que fez questão de me convidar e pude deixar a minha marca em sua residência.
Vale ressaltar,que a arte não tem obrigação de agradar a todos,até porque,o seu papel é provocar, despertar questionamentos e reflexões,principalmente,nas novas gerações,que já não é mais a coca-cola.
Então, é como sempre digo: Arte em tudo que é canto,meu rei!

Oficina de graffiti - Festival Cidade Filmada


O Festival Cidade Filmada: Cinema e Urbanidade visa integrar a arte audiovisual às questões relacionadas à urbanidade, por isso propõe uma conexão entre o cinema e o urbano promovendo uma interação social e capacitação através de oficinas gratuitas.Anunciando o festival, as oficinas são: Micro cine, de 18 a 20 de novembro, de Produtor de Locação, de 17 a 19 de novembro e de Grafitti, nos dias 17 e 18 de novembro. Os interessados devem preencher um formulário através do site www.cidadefilmada.hd1.com.br, de 19 de outubro a 10 de novembro, e aguardar confirmação de inscrição através de e-mail. Um pouco sobre as Oficinas A Oficina de Micro cine será ministrada por Maurício Lídio, estudantede Produção Cultural da Faculdade de Comunicação, UFBA; é o ganhador do Festival do Minuto com “Bárbara”, o Melhor Minuto do Ano. O filme de 1 minuto dirigido por Maurício Lídio foi vencedor da Mostra Competitiva Up to 3', do Brazilian Film Festival of Toronto, pelo voto do público.O dinamismo da Produção multimídia para web e celular culmina em uma nova técnica para a produção de vídeo, o Micro cine, que aborda a produção de conteúdos através de telefones celulares e mídias móveis, onde a narrativa curta, o baixo custo, o filme por conta própria ganha visibilidade. Serão trabalhados conceitos básicos da linguagem audiovisual (enquadramentos, movimentos, cortes, etc) e sua utilização em equipamentos de mídia móvel.Como pré-requisito os alunos precisam possuir câmera digital ou celular com filmadora.A Oficina de Produtor de Locação será ministrada por Péricles Palmeiras, que devido sua extensa experiência no cinema, atua não só a frente da produção de locação, como direção geral, direção de produção, produção e direção de elenco, tendo exercidos tais funções em mais de 16 longas de ficção, como Eu, Tu, Eles, de Andrucha Waddington, e Cidade Baixa, de Sérgio Machado, e vários documentários como o ambiental: "Sofrossine, liberdade com limites", ganhador de menção honrosa no 6º Ecocine-SP e do prêmio de Melhor Documentário baiano no Festival Latino Americano Ambiental de Iraquara. Possui a produtora Berimbau filmes desde 2002, como diretor, presta serviços no mercado publicitário nacional e internacional.A locação é o lugar escolhido para filmagem; e assim como a escolha de atores, figurino, o local também exige uma procura minuciosa e adequada; o produtor de locação torna-se então a pessoa ideal para achá-la e autorizá-la. A oficina tem por objetivo capacitar profissionais a desenvolver competência para interpretar e decupar tecnicamente roteiros, e torná-los aptos à pesquisa e sensibilidade para levantamento de locações internas e externas para produção audiovisual.A oficina de Grafitti será ministrada por Denissena, artista plástico, ilustrador, escultor e claro, grafiteiro. Esse verdadeiro "operário cultural" retrata pela capital baiana nossa realidade social, política e econômica; participa há 10 anos do Projeto Cidadão, uma ONG do bairro onde nasceu, onde ministra oficinas de grafitti e busca aprender com seus educandos, que reconhecem sua contribuição com a estética urbana. Trabalhou como educador em vários projetos que marcaram sua vida, em especial a Universidade Solidária – UNISOL, projeto da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), que levou alunos para Mucururé, cidade do sertão baiano, onde Denis presenciou a dura vida dos moradores desse pobre sertão, onde através do seu trabalho com o graffiti, pinturas em telas e esculturas produzidas com ossos de animais mortos pela seca, promoveu uma grande troca com a comunidade local.O graffiti baiano conquista mais um espaço, de forma natural, visando dialogar através da linguagem urbana em diversos meio social. São vários suportes, que se transformam em produtos, despertando a valorização, o reconhecimento de quem faz e vive da arte. As tendências a exemplo dos toys arts e customização em tênis, tornou-se uma referência universal do street art.A oficina tem o objetivo de expandir o conhecimento sobre a arte urbana; os participantes irão ter um breve histórico do Grafitti e partir para experimentações técnicas, explorando novas formas de intervenções urbanas através da prática, reunindo estilos, influências, experiências e percepções da coletividade nessa arte visual que está espalhada pela cidade, e assim contribuir para mostrar o que pensam sobre ela.


http://cidadefilmada.blogspot.com/2009/11/festival-cidade-filmada-cinema-e.html

Hoje é dia de esquina!

Denissena e o DJ Bandido juntos no Hoje É Dia de Esquina!
O Circulando desta segunda-feira (16) convidou a produtora Cássia Cardoso (BigBands, Pelô de Vanguarda e BoomBahia), o DJ Bandido e o grafiteiro Denissena para falar do projeto Hoje É Dia de Esquina! Para Humanizar a Cidade, que será realizado hoje ao longo da Avenida Manoel Dias da Silva, das 19h00 às 20h30, e acabou dando uma idéia para a apresentação da dupla.DJ Bandido e Denissena são autodidatas e se formaram na rua. Atualmente são referência no que fazem, inclusive com projeção internacional. Não é à toa que ambos os artistas seguem em suas carreiras brilhantes sempre atrelados a projetos sociais que os remetam às suas origens, e os deem a chance de proporcionar ao próximo uma oportunidade através da arte.Os dois já trabalharam juntos em 2004 no projeto Skoll Ball Elétrico, através do qual viajaram pelo interior do estado chegando até Pernambuco com workshops de DJs e grafite, e hoje, estarão juntos novamente em uma das esquinas da Manoel Dias, acima de tudo, apoiando a iniciativa. "Eu vejo um celeiro cultural muito grande aqui em Salvador, mas ao mesmo tempo não tem iniciativa, é necessário ter projetos culturais que promovam", diz Denissena, que também é artista plástico, ilustrador e escultor.O DJ Bandido vai levar "duas cartas na manga" para a sua apresentação ao ar livre: "um MC do bom e uns B-Boy do bom", revela. O MC Samuel, aluno de um dos projetos dos quais Bandido faz parte, vai fazer ao vivo com ele "rima da hora". Já Denissena, prometeu ao vivo no programa, que leiloaria, através do Circulando, as peças produzidas durante a apresentação de hoje à noite, para uma instituição indicada pelas ONGs envolvidas com o manifesto urbano. O Circulando adorou!
Texto_ Érica Saraiva

XIII Festival Nacional 5 Minutos


O Festival Nacional 5 Minutos começou nesta segunda e vai até 21 de novembro, reunindo cineastas, cinéfilos, documentaristas e amantes do audiovisual. Esta é a XIII edição do evento, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. O Festival apresenta um panorama da mais recente produção audiovisual em curto formato e tem como ponto alto a mostra competitiva que seleciona os 50 melhores vídeos para concorrer a prêmios.Quase todas as regiões do país estão representadas na competição, mas os estados com maior destaque são a Bahia (com 30 selecionados), São Paulo (6), Rio de Janeiro (4), Minas Gerais (3) e Goiás (2). Os estados do Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe têm um representante cada. As exibições da mostra competitiva acontecem de 17 a 21 de novembro em Salvador e 10 cidades do interior do estado, sempre às 20h. Na capital baiana será exibido também o “Panorama Nacional”, com os demais vídeos habilitados que não foram selecionados para a mostra competitiva.O artista visual Denissena, produziu 6 trófeis -esculturas em ferro,para os ganhadores do XIII Festival Nacional 5 Minutos.

hoje é dia de esquina!

Veja a cidade com outros olhos


No dia 17 de novembro, uma terça-feira, das 19h00 às 20h30, as esquinas da Av. Manoel Dias da Silva (Pituba) serão tomadas por performances artísticas - isto sem mudar a rotina do local: será um dia comum, com trânsito livre, tudo funcionando normalmente.Serão 10 atrações em 10 esquinas da avenida (entre as ruas Bahia e Piauí), todas se apresentando simultaneamente:1) Teatro - Aicha Marques e André Tavares, Banda de Rock, Barlavento,DJ Bandido e Denissena . Anacê Circo - Malabares & Cia, Luizinho Assis, Retrofoguetes, Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta, Simone Mota. As apresentações serão no chão, no meio do público. O espaço dos shows estará delimitado apenas por iluminação especial. Daí, é chegar e se encostar e ficar na dúvida de qual show acompanhar...O argumento deste projeto é chamar a atenção da população, a partir de expressões culturais e artísticas, para uma reflexão sobre o uso do espaço público e sobre uma melhor participação cidadã consciente e atuante, no sentido de retomar as áreas da cidade como espaço de comunhão, lazer e produção cultural. A iniciativa é financiada pelo Fundo de Cultura da Bahia (FCBA).

ARTE, TRADIÇÃO E TRANSGRESSÃO



Toda a historia da arte é marcada por uma longa série de pequenas e grandes transgressões, e os artistas, cuja fama conseguiu desafiar o tempo, são aqueles que conseguiram transgredir com mais veemência. Caravaggio retratava como Santas as prostitutas das tabernas, Michelangelo usava o “não acabado” para romper com as regras do classicismo da Renascença, Goya foi considerado obsceno e sinistro por retratar em toda sua perversidade a Inquisição, assim como inúmeros outros artistas de todos os tempos.
O que talvez diferencie a transgressão do passado, daquela de hoje, é que esta não serve mais para expressar ou veicular uma mensagem, mas é ela própria a mensagem, a referência. O fotógrafo publicitário Oliviero Toscani, conhecido por suas campanhas provocatórias e polêmicas, afirma que a arte contemporânea se baseia na transgressão, e diz que “estamos tão empenhados em ser todos iguais, que a provocação é a única possibilidade de abrir uma brecha para a dúvida, para pensar algo diferente”.

GRAFFITI, PIXAÇÕES E GUERRILLA

Desde a época remota das cavernas o homem desenha nas paredes e nos muros, mas na forma como a conhecemos hoje, a prática do “graffiti”, palavra italiana dada às inscrições caligrafadas ou pintadas nas paredes da Antiga Roma, ganhou dimensão pública nos anos 60, em New York, quando jovens dos subúrbios resolveram marcar presença nos muros das regiões mais nobres da cidade. O recado era claro: se os brancos ricos não iam aos guetos, os moradores de lá passariam a visitá-los. Segundo o sociólogo e filósofo francês Roland Barthes, o que faz o graffiti não é a inscrição e sim o muro. Para a maioria das pessoas, os graffiti são somente aquelas imagens super coloridas e cheias de detalhes que se encontram espalhadas pelas cidades de todo o planeta e tendemos a diversifica-las das demais pixações e marcas. Porém qualquer inscrição em uma superfície sem autorização é um graffiti e independentemente se bonito ou feio, se faz sentido ou não, ele é essencialmente transgressivo e proibido.

Um outro fenômeno paralelo e muito presente no nosso tempo é a “Guerrilla”, que tenta traduzir, esvaziar e desqualificar os meios de comunicação de massa e seus conteúdos originais. Nos contextos urbanos, este uso do espaço público é reivindicado por quem se apropria de edifícios, orelhões, espaços publicitários e desorganiza a programação visual institucionalizada pela sociedade de consumo, usando recursos semelhantes aos da publicidade, interferindo no panorama urbano com pinturas, cartazes, adesivos ou panfletos.

A maioria dos grafiteiros hoje consagrados e mais bem considerados internacionalmente, como Basquiat, Bansky, Os Gêmeos, Nina, Nunca, Blu, Limpo, Denissena e outros, admite ter começado com as pixações. Depois de serem vistos como transgressivos e marginais, estes artistas ganharam fama e prestígio. O primeiro provavelmente foi Jean Michel Basquiat que após escrever poemas e frases provocatórias nos muros de New York foi reconhecido pelo mercado de arte e se tornou um dos maiores fenômenos da década de 80. A poucos anos a prefeitura de Londres proibiu cobrir com pintura qualquer desenho do Bansky espalhado pela cidade e suas obras viraram ícones de cartão postal. Os Gêmeos, Nina e Nunca, mudaram a superfície dos viadutos e dos trens de São Paulo para os digníssimos e nobres muros do Kelburn Castle, um dos mais antigos castelos da Escócia a pedido do conde de Glasgow. O baiano Denissena acaba de expor seus trabalhos numa galeria de Tóquio e de criar seis modelos customizados de tênis para Adidas além de estar envolvido num trabalho social com a ONG “Projeto Cidadão”, onde ministra oficinas de graffiti para meninos da comunidade.

Estes exemplos de arte e intervenções públicas, que não respondem a modelos fechados e excludentes, são de extrema relevância, pois manifestam expressões híbridas, espontâneas, tornando-se um fenômeno de convocação social onde vozes e olhares aos quais não seria permitida a manifestação, ficam escancarados para que todos possam refletir. Esta desobediência transgressiva nos transmite uma esperança, uma contestação livre que apresenta novas possibilidades, ordens e construções sociais.

Foto: Tapumes do Shopping Center Lapa_Obra Denissena
Texto_Viviana Taberni

O entrevistado Denissena

1. Você gosta de ser conhecido como um operário cultural. O que isso representa para você?


Representa minha identidade, com o pé no chão. Transpiro arte o tempo inteiro, mas nunca foi fácil levar adiante esse projeto de vida. Sei o quanto luto e reconheço a realidade de quem vive de arte, por isso a humildade vai comigo, onde quer que eu vá, levo meu trabalho.

2. Enquanto artista plástico, grafiteiro e educador social, você acredita que a arte pode ser um caminho para a transformação social? É possível, diante de tantas desigualdades sociais, dar uma nova “cor” a vida, através da arte?

Acredito na arte como veiculo de comunicação e transformação social. Através da arte-educação podemos colorir nosso mundo e politizar a nossa sociedade, que ainda é carente de cultura, de valores. Aposto em iniciativas como o Projeto Cidadão, ONG em que sou voluntário há 7 anos, e aprendo muito com os educandos. Além de atingir diretamente as crianças e adolescentes a quem dou aulas, percebo que alcanço também à comunidade, que valoriza meu trabalho e reconhece que contribuo com a estética urbana.

3. Antes de entrar para o Projeto Cidadão, qual era a concepção que você tinha sobre a arte? E hoje, como a enxerga?

Desde criança, a arte sempre foi meu alimento espiritual. Entrei no projeto a convite de Antonio Jorge, coordenador da iniciativa é um dos homens mais solidários que já conheci até hoje, morador do Cabula. No projeto Cidadão, conheci a técnica do grafite e desenvolvi habilidades com desenho, e o mais rico foi poder trocar conhecimentos com outros jovens e exercitar constantemente a linguagem, na prática. A partir desse projeto, atentei mais para a importância de a arte estar nas periferias e no interior, principalmente onde há pessoas sem acesso à cultura e educação. Hoje, busco estudar a arte contemporânea, a arte que está no nosso cotidiano. Enxergo-a como a maior ferramenta de expressão, comunicação e resgate da auto estima.Sem ela, não estamos antenados. O que seria do homem sem a arte?

4. Representar a arte brasileira, e, mais especificamente, a arte baiana - tão marcada pelas raízes

negras africanas e pela diversidade cultural – nos Estados Unidos parece um grande desafio. Como foi encará-lo?

Viver de arte é um desafio. Quando você é de luta e sabe usar a flecha, é mais fácil encarar qualquer realidade. Nessa minha viagem a Nova Iorque, pude aprender sobre outras culturas e realidades. Fiquei feliz quando me disseram que um canal de TV a cabo fez uma matéria sobre o graffiti em Nova Iorque, filmaram o meu trabalho que tem a frase: Axé Brasil! Isso é uma representação da minha identidade e do valor da nossa cultura. Não foi fácil graffitar no Five Points, espaço onde diversos artistas contemporâneos talentosos já pintaram. Mas rolou, porque acreditamos, e deixamos nossa marca lá.

5. A mensagem que você transmite para o mundo, seja através dos grafites espalhados pela cidade, seja como educador, seja como escultor é sempre de muita esperança. Sua arte revela um discurso em defesa de valores como liberdade, paz e justiça social. De onde vem essa força e esse otimismo todo? Quais são suas maiores fontes de inspiração?

Já na infância, ouvia minha mãe e minha avó Helena Sena falarem da paz, do amor e das injustiças. Sempre gostei de ouvir as conversas dos mais velhos e aprendi ouvindo suas visões de mundo. Meus pais são as minhas referências, por isso uso meu sobrenome Sena, importante identidade que representa família. Importantes amigos e minha fé também são as minhas fontes de inspiração.

6. Pode falar um pouco sobre a relação arte e religião? De que forma o Candomblé repercute no seu trabalho?

Aprendi no Livro O QUE É GRAFFITI, de Celso Gitahy, que a arte é democrática. Ela pode estar em qualquer lugar. Na minha arte, posso representar a minha fé e resgatar a cultura do candomblé, principalmente na minha comunidade. Vejo no olhar das pessoas o preconceito com relação a essa religião, mas eles não têm culpa, é uma questão cultural e da política educacional. Na contemporaneidade, é importante expressar o que sentimos e o que acreditamos. Hoje, levo minha arte para os Terreiros para que outras pessoas, possam perceber o quanto eles são importantes, pela raiz que carregam e preservam. A religião do Candomblé é a matriz,é de lá onde nasceu a cultura afro-brasileira.


7. Você se apropria dos espaços públicos para deixar sua mensagem. Existem limites para esse tipo de intervenção artística, que reinventa os espaços e impõe de forma crítica ideais e valores?

As intervenções são importantes para a construção da paisagem urbana. É uma comunicação e expressão de jovens que têm suas realidades de vida. Existem espaços autorizados e outros não. A proibição, por exemplo, é vista de forma bem particular na cultura do graffiti. O muro que dá para a rua não é de uma só pessoa, é de todos que passam por ali. Mas também existem regras na cultura de rua: são muito importantes o respeito e o diálogo. É importante abordar através do graffiti as realidades sociais, políticas e econômicas, com muito humor e ironia.


8. Pode narrar alguma experiência que marcou sua carreira profissional?

Tive a oportunidade de participar do Universidade Solidária – UNISOL, projeto da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), que levou alunos para Macururé, cidade do sertão baiano, onde os conhecimentos acadêmicos foram aplicados em serviços à comunidade. Trabalhei com as modalidades de graffiti, pinturas em telas e esculturas produzidas com ossos de animais mortos pela seca. Pude ver de cara a realidade das crianças,adolescentes e jovens que vivem no pobre sertão. Foi uma viagem inesquecível, uma grande troca com a comunidade de Macururé, dei a minha pequena contribuição através da arte.

Entrevista Bruna Hercog - Jornalista

Vídeo graffiti no Piola

Vídeo registro da mostra "As aventuras do Píver" e intervenções internas no Piola, Rio Vermelho, Salvador-Ba. Março 2009 _ Denis Sena


Iemanjá


Ogum, irmão de Oxossi


Politicagem brasileira
Inquieto
Atotô!
Malungo sangue bom

Píver e suas aventuras
Filho do mar

Baragueji

Arte digital


Arte digital