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Traçando as retas - A trajetória de um Operário Cultural

Autodidata e com muita força de vontade, o baiano Denissena construiu sua história no cenário das artes visuais na Bahia. Seu envolvimento com a arte se deu ainda criança, iniciado no desenho aos sete anos, logo sentiu o chamado e decidiu que era isso que faria da vida.
Do momento poético do primeiro traço até o início da trajetória profissional se passaram alguns anos, mas a aproximação com o desenho sempre foi intensa.  Pintava e desenhava muito, transformava sucatas, dava novos usos a objetos que ninguém mais queria, e se dedicava com vigor ao ofício que o escolheu. O caminho que trilhou se deve a essa característica: não há ligação com um suporte específico, utiliza tudo que pode para se expressar, qualquer coisa se transforma em arte nas mãos desse artista vigoroso, multimídia e autodidata..
Sua relação com a arte e com a vida é maquínica, não por acaso se autodenomina Operário Cultural, “operar a arte e pela arte”. Este discurso se apresenta não apenas no seu estilo livre e ligado ao improviso, mas também na relação que estabeleceu com o outro. Junto com sua produção artística, ele desenvolve um intenso trabalho social. Político, Denissena inspira jovens a aceitarem o poder da arte em suas vidas, e os capacita especialmente através da arte graffiti, para se tornarem agentes multiplicadores.  Dos muitos trabalhos com jovens que realizou, destacam-se o Projeto Grafipaz, da Universidade do Estado da Bahia, o projeto Promovendo o Direito dos Jovens da UNICEF, além de realizar ações de arte-educação para a UNESCO, e integrar a ONG Projeto Cidadão, no Cabula 1.
No extenso currículo do artista constam passagens por Nova Iorque, em 2007, onde ficou por dois meses, realizando exposições e workshops em ONGS e universidades e por Angola, participando da II Trienal de Luanda em 2010, cidade que é referência cultural para ele. Já teve suas obras expostas em Tókio, na galeria Okioiei também em 2010, e em alguns dos mais importantes espaços culturais de Salvador, como Museu de Arte Moderna da Bahia, com a mostra Presente do Passado, o Museu Udo Knoff, com a mostra Agdás Urbanos, o Conjunto Cultural da Caixa com a mostra Denissena.GraffitiBahia. Realizou performances no Palacete das artes e Solar do Ferrão, além de muitas outras exposições individuais e coletivas.
No desejo de explorar outras linguagens, ilustrou o livro Histórias de Negro, do renomado historiador baiano Ubiratan Castro, trabalho realizado em 2010 e que lhe trouxe muita satisfação. E não para por aí, em 2011 realizou a exposição coletiva Sinais Urbanos, onde criou no Conjunto Cultural dos Correios uma sequência de obras em parceria com ex- educandos que tiveram suas vidas alteradas pela ação transformadora da arte. Na sua incansável necessidade de viver do seu trabalho Denissena já atuou para importantes marcas brasileiras e internacionais, como Adidas, All Star Converse, Iguana, Coletivo Coca-cola e, Volunteer. Além disso, realizou produções artísticas em Shoppings de Salvador e intervenções na Casa Cor Bahia. Este espírito empreendedor o move em busca de suas realizações, seguindo o caminho reto, sem abandonar a poesia  do fazer artístico e as suas heranças culturais.
www.denissena.com

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