Casa preta
Abertura no dia 19/11, com música, dança, teatro,graffiti por Denissena, vídeo, performance e o que mais couber, tudo feito por amigos e parceiros.
Largo 2 de Julho, centro de Salvador.
Garage band
Forma e tons na arte graffiti
Oficina de graffiti - Festival Cidade Filmada
O Festival Cidade Filmada: Cinema e Urbanidade visa integrar a arte audiovisual às questões relacionadas à urbanidade, por isso propõe uma conexão entre o cinema e o urbano promovendo uma interação social e capacitação através de oficinas gratuitas.Anunciando o festival, as oficinas são: Micro cine, de 18 a 20 de novembro, de Produtor de Locação, de 17 a 19 de novembro e de Grafitti, nos dias 17 e 18 de novembro. Os interessados devem preencher um formulário através do site www.cidadefilmada.hd1.com.br, de 19 de outubro a 10 de novembro, e aguardar confirmação de inscrição através de e-mail. Um pouco sobre as Oficinas A Oficina de Micro cine será ministrada por Maurício Lídio, estudantede Produção Cultural da Faculdade de Comunicação, UFBA; é o ganhador do Festival do Minuto com “Bárbara”, o Melhor Minuto do Ano. O filme de 1 minuto dirigido por Maurício Lídio foi vencedor da Mostra Competitiva Up to 3', do Brazilian Film Festival of Toronto, pelo voto do público.O dinamismo da Produção multimídia para web e celular culmina em uma nova técnica para a produção de vídeo, o Micro cine, que aborda a produção de conteúdos através de telefones celulares e mídias móveis, onde a narrativa curta, o baixo custo, o filme por conta própria ganha visibilidade. Serão trabalhados conceitos básicos da linguagem audiovisual (enquadramentos, movimentos, cortes, etc) e sua utilização em equipamentos de mídia móvel.Como pré-requisito os alunos precisam possuir câmera digital ou celular com filmadora.A Oficina de Produtor de Locação será ministrada por Péricles Palmeiras, que devido sua extensa experiência no cinema, atua não só a frente da produção de locação, como direção geral, direção de produção, produção e direção de elenco, tendo exercidos tais funções em mais de 16 longas de ficção, como Eu, Tu, Eles, de Andrucha Waddington, e Cidade Baixa, de Sérgio Machado, e vários documentários como o ambiental: "Sofrossine, liberdade com limites", ganhador de menção honrosa no 6º Ecocine-SP e do prêmio de Melhor Documentário baiano no Festival Latino Americano Ambiental de Iraquara. Possui a produtora Berimbau filmes desde 2002, como diretor, presta serviços no mercado publicitário nacional e internacional.A locação é o lugar escolhido para filmagem; e assim como a escolha de atores, figurino, o local também exige uma procura minuciosa e adequada; o produtor de locação torna-se então a pessoa ideal para achá-la e autorizá-la. A oficina tem por objetivo capacitar profissionais a desenvolver competência para interpretar e decupar tecnicamente roteiros, e torná-los aptos à pesquisa e sensibilidade para levantamento de locações internas e externas para produção audiovisual.A oficina de Grafitti será ministrada por Denissena, artista plástico, ilustrador, escultor e claro, grafiteiro. Esse verdadeiro "operário cultural" retrata pela capital baiana nossa realidade social, política e econômica; participa há 10 anos do Projeto Cidadão, uma ONG do bairro onde nasceu, onde ministra oficinas de grafitti e busca aprender com seus educandos, que reconhecem sua contribuição com a estética urbana. Trabalhou como educador em vários projetos que marcaram sua vida, em especial a Universidade Solidária – UNISOL, projeto da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), que levou alunos para Mucururé, cidade do sertão baiano, onde Denis presenciou a dura vida dos moradores desse pobre sertão, onde através do seu trabalho com o graffiti, pinturas em telas e esculturas produzidas com ossos de animais mortos pela seca, promoveu uma grande troca com a comunidade local.O graffiti baiano conquista mais um espaço, de forma natural, visando dialogar através da linguagem urbana em diversos meio social. São vários suportes, que se transformam em produtos, despertando a valorização, o reconhecimento de quem faz e vive da arte. As tendências a exemplo dos toys arts e customização em tênis, tornou-se uma referência universal do street art.A oficina tem o objetivo de expandir o conhecimento sobre a arte urbana; os participantes irão ter um breve histórico do Grafitti e partir para experimentações técnicas, explorando novas formas de intervenções urbanas através da prática, reunindo estilos, influências, experiências e percepções da coletividade nessa arte visual que está espalhada pela cidade, e assim contribuir para mostrar o que pensam sobre ela.
http://cidadefilmada.blogspot.com/2009/11/festival-cidade-filmada-cinema-e.html
Hoje é dia de esquina!
XIII Festival Nacional 5 Minutos
hoje é dia de esquina!
No dia 17 de novembro, uma terça-feira, das 19h00 às 20h30, as esquinas da Av. Manoel Dias da Silva (Pituba) serão tomadas por performances artísticas - isto sem mudar a rotina do local: será um dia comum, com trânsito livre, tudo funcionando normalmente.Serão 10 atrações em 10 esquinas da avenida (entre as ruas Bahia e Piauí), todas se apresentando simultaneamente:1) Teatro - Aicha Marques e André Tavares, Banda de Rock, Barlavento,DJ Bandido e Denissena . Anacê Circo - Malabares & Cia, Luizinho Assis, Retrofoguetes, Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta, Simone Mota. As apresentações serão no chão, no meio do público. O espaço dos shows estará delimitado apenas por iluminação especial. Daí, é chegar e se encostar e ficar na dúvida de qual show acompanhar...O argumento deste projeto é chamar a atenção da população, a partir de expressões culturais e artísticas, para uma reflexão sobre o uso do espaço público e sobre uma melhor participação cidadã consciente e atuante, no sentido de retomar as áreas da cidade como espaço de comunhão, lazer e produção cultural. A iniciativa é financiada pelo Fundo de Cultura da Bahia (FCBA).
ARTE, TRADIÇÃO E TRANSGRESSÃO
Toda a historia da arte é marcada por uma longa série de pequenas e grandes transgressões, e os artistas, cuja fama conseguiu desafiar o tempo, são aqueles que conseguiram transgredir com mais veemência. Caravaggio retratava como Santas as prostitutas das tabernas, Michelangelo usava o “não acabado” para romper com as regras do classicismo da Renascença, Goya foi considerado obsceno e sinistro por retratar em toda sua perversidade a Inquisição, assim como inúmeros outros artistas de todos os tempos.
O que talvez diferencie a transgressão do passado, daquela de hoje, é que esta não serve mais para expressar ou veicular uma mensagem, mas é ela própria a mensagem, a referência. O fotógrafo publicitário Oliviero Toscani, conhecido por suas campanhas provocatórias e polêmicas, afirma que a arte contemporânea se baseia na transgressão, e diz que “estamos tão empenhados em ser todos iguais, que a provocação é a única possibilidade de abrir uma brecha para a dúvida, para pensar algo diferente”.
GRAFFITI, PIXAÇÕES E GUERRILLA
Desde a época remota das cavernas o homem desenha nas paredes e nos muros, mas na forma como a conhecemos hoje, a prática do “graffiti”, palavra italiana dada às inscrições caligrafadas ou pintadas nas paredes da Antiga Roma, ganhou dimensão pública nos anos 60, em New York, quando jovens dos subúrbios resolveram marcar presença nos muros das regiões mais nobres da cidade. O recado era claro: se os brancos ricos não iam aos guetos, os moradores de lá passariam a visitá-los. Segundo o sociólogo e filósofo francês Roland Barthes, o que faz o graffiti não é a inscrição e sim o muro. Para a maioria das pessoas, os graffiti são somente aquelas imagens super coloridas e cheias de detalhes que se encontram espalhadas pelas cidades de todo o planeta e tendemos a diversifica-las das demais pixações e marcas. Porém qualquer inscrição em uma superfície sem autorização é um graffiti e independentemente se bonito ou feio, se faz sentido ou não, ele é essencialmente transgressivo e proibido.
Um outro fenômeno paralelo e muito presente no nosso tempo é a “Guerrilla”, que tenta traduzir, esvaziar e desqualificar os meios de comunicação de massa e seus conteúdos originais. Nos contextos urbanos, este uso do espaço público é reivindicado por quem se apropria de edifícios, orelhões, espaços publicitários e desorganiza a programação visual institucionalizada pela sociedade de consumo, usando recursos semelhantes aos da publicidade, interferindo no panorama urbano com pinturas, cartazes, adesivos ou panfletos.
A maioria dos grafiteiros hoje consagrados e mais bem considerados internacionalmente, como Basquiat, Bansky, Os Gêmeos, Nina, Nunca, Blu, Limpo, Denissena e outros, admite ter começado com as pixações. Depois de serem vistos como transgressivos e marginais, estes artistas ganharam fama e prestígio. O primeiro provavelmente foi Jean Michel Basquiat que após escrever poemas e frases provocatórias nos muros de New York foi reconhecido pelo mercado de arte e se tornou um dos maiores fenômenos da década de 80. A poucos anos a prefeitura de Londres proibiu cobrir com pintura qualquer desenho do Bansky espalhado pela cidade e suas obras viraram ícones de cartão postal. Os Gêmeos, Nina e Nunca, mudaram a superfície dos viadutos e dos trens de São Paulo para os digníssimos e nobres muros do Kelburn Castle, um dos mais antigos castelos da Escócia a pedido do conde de Glasgow. O baiano Denissena acaba de expor seus trabalhos numa galeria de Tóquio e de criar seis modelos customizados de tênis para Adidas além de estar envolvido num trabalho social com a ONG “Projeto Cidadão”, onde ministra oficinas de graffiti para meninos da comunidade.
Estes exemplos de arte e intervenções públicas, que não respondem a modelos fechados e excludentes, são de extrema relevância, pois manifestam expressões híbridas, espontâneas, tornando-se um fenômeno de convocação social onde vozes e olhares aos quais não seria permitida a manifestação, ficam escancarados para que todos possam refletir. Esta desobediência transgressiva nos transmite uma esperança, uma contestação livre que apresenta novas possibilidades, ordens e construções sociais.
Foto: Tapumes do Shopping Center Lapa_Obra Denissena
O entrevistado Denissena
Representa minha identidade, com o pé no chão. Transpiro arte o tempo inteiro, mas nunca foi fácil levar adiante esse projeto de vida. Sei o quanto luto e reconheço a realidade de quem vive de arte, por isso a humildade vai comigo, onde quer que eu vá, levo meu trabalho.
Vídeo graffiti no Piola
Vídeo registro da mostra "As aventuras do Píver" e intervenções internas no Piola, Rio Vermelho, Salvador-Ba. Março 2009 _ Denis Sena